Basta perguntar a qualquer pessoa que tem pet em casa sobre a longevidade do seu filho de quatro patas que, certamente, ela vai responder que queria ter seu animal de estimação para sempre ou, ao menos, que ele deveria ter uma jornada bem longa, com a expectativa de vida equivalente à humana.

Nesse sentido, um novo estudo publicado na Scientific Reports revela detalhes interessantes sobre quais cães vivem mais. Desse modo, a pesquisa oferece uma análise mais aprofundada de quanto tempo os cães normalmente vivem tendo como base a raça, o sexo, tamanho e outras características.

Em média, os cães desfrutam de uma vida que varia de 10 a 13,7 anos, conforme revelado por pesquisas recentes. Contudo, assim como os seres humanos, a duração da vida de um cão é influenciada por uma série de fatores, desde sua constituição genética até seu estilo de vida e tamanho.

Os cientistas estavam curiosos para investigar essas variáveis em uma escala mais ampla, buscando possíveis padrões.

Para realizar a investigação sobre quais cães vivem mais, eles compilaram uma grande quantidade de dados provenientes de diversos recursos, como registros de raças, informações de veterinários, estatísticas de companhias de seguros para animais de estimação, dados de organizações de caridade dedicadas ao bem-estar animal e até mesmo registros universitários.

Ao final, esse conjunto de dados massivo englobou informações de 584.734 cães localizados no Reino Unido. Dentro dessa população, aproximadamente metade, ou seja, 284.734 indivíduos, já haviam morrido. Importante ressaltar que essa amostra abrangia tanto cães de raças puras quanto mestiços.

Kirsten McMillan, cientista de dados da organização de bem-estar animal Dogs Trust, com sede em Londres e principal autora do estudo, afirmou que a pesquisa “nos oferece uma oportunidade de melhorar a vida de nossos companheiros caninos […] Estamos identificando grupos que precisam desesperadamente de atenção, para que possamos focar nessas populações e descobrir qual é o problema.”

A equipe de pesquisa descobriu que a expectativa de vida média de todos os cães na amostra foi de 12,5 anos. Além disso, observou-se que as fêmeas tendem a viver um pouco mais do que os machos, com uma expectativa de vida média de 12,7 anos para as cadelas, em comparação com os 12,4 anos para os machos.

Ao investigar mais a fundo sobre quais cães vivem mais, focando no tamanho e na estrutura facial dos cães, a equipe constatou que cães menores e de focinho longo geralmente vivem mais do que os cães maiores e de focinho achatado. Por exemplo, os dachshunds miniatura, que são pequenos e de focinho longo, apresentaram uma expectativa de vida média de 14 anos, enquanto os buldogues franceses, de porte médio e focinho achatado, tiveram uma vida média de apenas 9,8 anos.

É amplamente conhecido que os cães braquicefálicos, ou de focinho achatado, enfrentam diversos problemas de saúde, como dificuldades respiratórias e intolerância ao calor. Contudo, ainda não está completamente claro se e como esses fatores contribuem para um risco aumentado de morte prematura.

Dentre as 155 raças de raça pura analisadas, os heelers de Lancashire foram os que apresentaram a maior expectativa de vida, com uma média de 15,4 anos. Em seguida, destacaram-se os spaniels tibetanos (15,2 anos), os bolonheses (14,9 anos), os shiba inus (14,6 anos) e os papillons (14,5 anos), entre outros.

Por outro lado, as raças com menor expectativa de vida foram os pastores caucasianos (5,4 anos), os presa canarios (7,7 anos) e os cane corsos (8,1 anos).

Uma descoberta inesperada foi que os cães de raça pura tendem a ter uma expectativa de vida maior do que os cães mestiços: em média, os cães de raça pura viveram 12,7 anos, enquanto os mestiços viveram cerca de 12 anos.

Essa descoberta vai de encontro à crença de longa data de que os cães mestiços tendem a viver mais do que os de raça pura, devido à maior variabilidade genética que possuem.

É importante notar que o estudo não explorou as razões por trás dessas variações na expectativa de vida dos cães. Essa lacuna na pesquisa oferece um campo vasto para futuras investigações, abrindo caminho para compreender melhor os fatores que influenciam a longevidade canina.

Informações retiradas do site socientifica.com.br/ (em 14 de junho de 2024).

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