Com o tamanho de dois ônibus, ou o comprimento de um terreno “meio lote” brasileiro, o novo fóssil localizado no Reino Unido indica o maior réptil marinho conhecido e já encontrado pela humanidade, pelo menos até agora.

O animal é um membro de um grupo de répteis chamado de ictiossauros. Esses animais viveram ao mesmo tempo que os conhecidos dinossauros e eram predadores do topo da cadeia alimentar dos oceanos.

image 7
Imagem: Sergey Krasovskiy

O novo réptil foi chamado pelos pesquisadores de Ichthyotitan severensis, que significa peixe lagarto gigante do Severn. Severn é o nome do rio que compõe o estuário onde ele foi encontrado.

A descoberta e análise dos fósseis foram descritas em um artigo publicado pela equipe de pesquisadores no periódico PLOS One.

“Com base no tamanho das mandíbulas — uma delas tem mais de um metro de comprimento, e a outra tem dois metros de comprimento –, podemos concluir que o animal inteiro teria cerca de 25 metros de comprimento, quase o comprimento de uma baleia azul”, disse à BBC Dean Lomax, paleontólogo da Universidade de Bristol e um dos autores do artigo.

O animal foi encontrada por partes, em um período entre 2020 e 2022. Em cada comento desse período de tempo, foram sendo encontrados pedaços do ictiossauro.

No total, compõem o animal 12 fragmentos do osso surangular, um osso na mandíbula de animais vertebrados não mamíferos. No total, somente o osso do gigante “monstro marinho” possuía 2 metros de comprimento.

Os pesquisadores relatam no artigo que o animal provavelmente ainda cresceria mais.

image 6
Detalhes da ossada que foi o o maior réptil marinho conhecido. Imagem: LOMAX, R. et al.

“Este táxon tem um comprimento corporal estimado de cerca de 25 m, ou pelo menos em algum lugar na faixa de 20-26 m e representa a maior estimativa para um réptil marinho pré-histórico. A análise histológica concorda com espécimes semelhantes e defende um animal sub-adulto ou adulto precoce ainda em crescimento que ainda não havia atingido um estágio de crescimento assintótico”, diz a equipe no trabalho.

Eles explicam também que apesar de já realizar estimativas de tamanho com base no osso encontrado, novas estimativas devem ser feitas futuramente, se localizados novos ossos.

“No entanto, vale reiterar que isso é baseado em restos fragmentários e, portanto, espécimes mais completos são necessários para confirmar o tamanho gigante. Além disso, se as estimativas para os ossos de Aust estiverem corretas, de acordo com Lomax et al [7], então esses indivíduos provavelmente representam os maiores ictiossauros conhecidos”, explicam os pesquisadores no artigo.

Conforme relata a BBC, os primeiros fósseis foram encontrados em 2016 por um caçador de fósseis, Paul de la Salle e sua esposa, Carol, nas praias de Somerset. Em 2020, Justin Reynolds e sua filha, Ruby, encontraram, 10 km mais longe, um novo fragmento. Todas as peças do “quebra cabeça” foram encontradas em 2022.

“Fiquei extremamente impressionado — muito, muito animado. Soube naquele momento que tínhamos uma segunda mandíbula gigante de um daqueles colossais ictiossauros, como a de Paul”, disse Lomax, que acompanhava as descobertas desde o primeiro fóssil, encontrado por Paul.

Paul se animou com a nova descoberta de pai e filha e correu para ajudar a escavar mais. À BBC ele relata: “Vasculhei toda a lama espessa. Depois de cerca de uma hora, minha pá atingiu algo sólido — e esse osso saiu perfeitamente preservado.

Isso evidencia a importância dos caçadores amadores de fósseis. Constantemente, importante descobertas são feitas por esses colecionadores, como agora – o maior réptil marinho conhecido.

“Famílias e todos os tipos de pessoas podem fazer descobertas incríveis. Você não precisa ser um especialista mundial. Contanto que tenha um pouco de paciência e um olhar atento, você pode fazer uma descoberta”, explica Lomax à BBC.

Matéria retirada do site socientifica.com.br (em 19 de abril de 2024)

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui