O hipoadrenocorticismo canino, conhecido como Doença de Addison, é uma enfermidade endócrina rara, mas potencialmente fatal, que afeta as glândulas adrenais dos cães. Sua prevalência é estimada entre 0,06% e 0,28%, e os sinais clínicos costumam ser inespecíficos, o que torna o diagnóstico um grande desafio na rotina veterinária.

Os sintomas mais comuns incluem letargia, vômitos, anorexia, diarreia, fraqueza e perda de peso. Entretanto, essas manifestações clínicas muitas vezes se sobrepõem a outras condições, como as doenças gastrointestinais crônicas, dificultando a identificação precisa da doença.

Como foi conduzido o estudo

A pesquisa analisou 92 cães que apresentavam concentração de cortisol inferior a 2,0 μg/dL, submetidos a um teste de estimulação com hormona adrenocorticotrófica (ACTH) — considerado padrão ouro para o diagnóstico da doença.

Os animais foram divididos em dois grupos:

  • Com hipoadrenocorticismo (HA)
  • Sem hipoadrenocorticismo (não HA)

Foi aplicada uma análise descritiva, seguida de modelos estatísticos preditivos, utilizando regressão logística univariada e multivariada, para identificar os principais indicadores da doença.

Resultados

Dos 92 cães avaliados, 29 (32,2%) foram diagnosticados com hipoadrenocorticismo. Neste grupo, observou-se que os sinais clínicos de anorexia, letargia e sintomas gastrointestinais agudos eram significativamente mais comuns.

Os exames laboratoriais também revelaram diferenças marcantes:

  • 🔺 Mais elevados: creatinina, ureia (BUN), ALT (alanina aminotransferase) e potássio.
  • 🔻 Mais baixos: sódio, albumina e a relação sódio/potássio (Na/K).

Modelo preditivo desenvolvido

A análise multivariada gerou um modelo considerado robusto, no qual a presença dos seguintes fatores aumentava significativamente a chance de diagnóstico da doença de Addison:

  • Anorexia
  • Letargia
  • Baixa albumina
  • Baixo sódio

O estudo conclui que, em cães com hipocortisolemia em repouso, a combinação de anorexia, letargia, sódio e albumina baixos deve levantar fortemente a suspeita de hipoadrenocorticismo.

🩺 “As variáveis identificadas neste estudo podem ajudar os médicos veterinários a reconhecer precocemente cães com a Doença de Addison, tornando o diagnóstico mais preciso e permitindo o início rápido do tratamento adequado”, destacam os pesquisadores.

Esse avanço representa uma importante ferramenta no auxílio diagnóstico da doença, que, se não tratada a tempo, pode levar a complicações graves e até ao óbito do animal.

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