A exposição a alérgenos, como animais domésticos e até mesmo pestes e bactérias, na primeira infância pode evitar o desenvolvimento do problema respiratório conhecido como asma. Contrariando a crença de que um ambiente livre de animais é a melhor forma de evitar alergias, um novo estudo publicado no periódico científico Journal of Allergy and Clinical Immunology revelou resultados surpreendentes.

Os pesquisadores acompanharam 442 crianças, das quais 130 eram asmáticas, durante os sete primeiros anos de vida. Após coletarem amostras de poeira de suas casas e procurarem por alérgenos, descobriram que a exposição a gatos, ratos e até mesmo baratas até os 3 anos de idade reduzia significativamente a probabilidade de a criança desenvolver asma.

Além dos animais domésticos, algumas bactérias também foram identificadas como tendo um papel na prevenção do desenvolvimento da asma. No entanto, são necessárias mais pesquisas para entender melhor essa associação. Embora resultados semelhantes tenham sido observados com alérgenos de cachorros, eles não foram estatisticamente relevantes nesta pesquisa.

Por outro lado, estudos anteriores apontaram que a exposição pré-natal à fumaça do cigarro, ao estresse e à depressão materna são fatores que podem aumentar o risco de asma nas crianças.

Os pesquisadores estão cada vez mais conscientes de como o ambiente na primeira fase da vida pode influenciar o desenvolvimento de certas condições de saúde. Segundo Anthony Fauci, um dos pesquisadores do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, desenvolver estratégias para prevenir a asma antes de seu desenvolvimento pode aliviar as crises que a doença provoca em milhões de pessoas pelo mundo.

Embora seja importante evitar certos alérgenos após o diagnóstico de asma, como alimentos específicos, pólen e microrganismos como ácaros, as novas descobertas sugerem que a convivência com animais de estimação e algumas pestes e bactérias desde cedo pode funcionar como uma medida preventiva.

Mesmo após os resultados positivos deste estudo, os pesquisadores continuam a monitorar as crianças participantes. Ao dividirem-nas em grupos com base nas características de suas alergias, os cientistas esperam obter mais informações sobre os fatores que influenciam o desenvolvimento do problema respiratório. Essa pesquisa promissora abre portas para novas abordagens na prevenção e no tratamento da asma, oferecendo esperança para milhões de pessoas em todo o mundo.

Com informações de veja.abril.com.br (em 28 de março de 2024).

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