Na última terça-feira, a Food and Drug Administration (FDA) anunciou uma aceleração no processo de aprovação de um medicamento destinado a prolongar a expectativa de vida de cães de grandes. A empresa por trás do medicamento, Loyal, informou que atendeu aos padrões necessários para aprovação condicional ampliada, embora ainda não tenha divulgado detalhes específicos devido a questões de propriedade.
Esta aprovação acelerada faz parte de uma iniciativa da FDA para facilitar a disponibilidade de terapias inovadoras para animais, conhecida como “um caminho acelerado para medicamentos de origem animal”, conforme indicado em comunicado de imprensa.
O medicamento, atualmente chamado de LOY-001, está em fase de pesquisa pela Loyal, que planeja obter aprovação condicional para trazê-lo ao mercado até 2026, de acordo com informações do New York Times.
Celine Halioua, fundadora e CEO da Loyal, afirmou ao New York Times: “Vamos reivindicar pelo menos um ano de extensão da expectativa de vida saudável”. O objetivo principal do LOY-001 é reduzir os níveis do hormônio promotor de crescimento IGF-1, que é encontrado em níveis significativamente mais altos em raças de cães grandes em comparação com raças menores.
Pesquisadores da Loyal acreditam que a diferença na expectativa de vida entre raças de cães grandes, como os Dogues Alemães, e raças menores, como os chihuahuas, está relacionada aos níveis mais elevados desse hormônio de crescimento. Brennen McKenzie, diretor de medicina veterinária da Loyal, destacou que a variação fenotípica nos cães não é natural, mas resulta da criação intensiva por humanos para diversos propósitos.
No entanto, especialistas em ética e veterinários expressaram preocupações sobre o prolongamento da vida dos cães, questionando se isso garantirá uma melhor qualidade de vida para os animais. A filósofa e bioeticista Rebecca Walker levantou a questão: “É do interesse deles viver um pouco mais quando há algum risco em tomar esses medicamentos, ou é realmente do interesse de seus tutores que são muito apegados a eles?”
Kate Creevy, veterinária da Texas A&M, compartilhou preocupações semelhantes, destacando que o prolongamento da vida só seria desejável se garantisse um período de vida prolongado com boa qualidade. “Não quero que meu cachorro viva mais dois anos com a saúde debilitada”, afirmou ao New York Times.
O debate ético sobre o uso de medicamentos para prolongar a vida de cães certamente continuará à medida que a Loyal avança em suas pesquisas e busca a aprovação final para o LOY-001.