A Polícia Militar do Paraná (PMPR), por meio da Companhia de Operações com Cães (CIOC), iniciou um projeto inovador de Terapia Assistida por Animais voltada ao atendimento de crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A iniciativa, que terá início ainda em 2024, utiliza a cinoterapia — modalidade terapêutica que emprega cães treinados como apoio ao tratamento clínico — e já conta com seu primeiro integrante: o filhote Balu, da raça Golden Retriever, com apenas quatro meses de idade.
Duas fases e um mesmo objetivo: acolhimento e desenvolvimento
O projeto será executado em duas etapas. Na primeira, o cão terapeuta e seu condutor da CIOC visitarão clínicas e instituições de ensino especializadas, somando-se às terapias já realizadas com as crianças. A segunda fase prevê a criação de um espaço terapêutico dentro da própria sede da companhia, onde os atendimentos passarão a ser realizados de forma estruturada.
Segundo a 1º tenente Mikaela Esmanhoto, Balu está atualmente na fase de socialização e ambientação. “Esse é o momento em que tentamos apresentar o máximo de estímulos para ele, para que, ao chegar à fase adulta, ele não estranhe, não tenha medo e não seja reativo”, explica. O processo de formação envolve adestramento básico e o aprendizado de comportamentos fundamentais para um cão de apoio, como obediência a comandos, não pular, nem morder, e saber lidar com diferentes ambientes e pessoas.
A escolha do cão ideal
A idealização do projeto partiu da cabo Curotto e do cabo Maickon, cinotécnicos da CIOC, com apoio do capitão Marcelo Hoiser, comandante da companhia. Após conversas com um canil especializado de Curitiba, Balu foi doado à CIOC, sendo escolhido por apresentar características comportamentais ideais para atuar com o público infantojuvenil.
A escolha da raça também não foi aleatória. “O Golden Retriever é reconhecido mundialmente por seu temperamento dócil, sensibilidade e facilidade de socialização. Características que fazem da raça uma das mais eficazes em terapias assistidas por animais”, explica o capitão Hoiser. “Nosso objetivo é garantir que o cão seja um ponto de estabilidade e tranquilidade. Ele deve receber carinho, ser passivo e transmitir calma às crianças”.
Adaptação gradual e resultados esperados
Mesmo ainda em formação, Balu já começa a interagir com crianças em situações controladas, como parte do seu processo de adaptação. A expectativa é de que, até o final de 2024 ou início de 2025, ele já esteja totalmente apto para atuar nas sessões terapêuticas.
Equoterapia: outro aliado da PMPR na inclusão
Além da cinoterapia, a PMPR também conta com o Centro de Equoterapia do Regimento de Polícia Montada Coronel Dulcídio (RPMon), localizado em Curitiba. Desde 1991, o local já atendeu mais de 5 mil pessoas por meio da terapia assistida com cavalos, indicada para casos de paralisia cerebral, TEA, hiperatividade, Síndrome de Down, AVC, entre outros.
O atendimento é gratuito e realizado por uma equipe multidisciplinar composta por profissionais de Educação Física, Pedagogia, Fisioterapia e Equitação. As sessões buscam promover o desenvolvimento motor, cognitivo, emocional e social dos participantes.
Interessados no projeto de equoterapia podem se cadastrar pelo WhatsApp: (41) 3315-2771.
Fonte: www.parana.pr.gov.br — Adaptação: Equipe WeLovePets