Na última semana, um gambá de estimação conhecido como Emílio, com uma base de seguidores de aproximadamente 150 mil nas redes sociais, foi apreendido pelo Comando Ambiental da Brigada Militar no Rio Grande do Sul. O animal foi encaminhado para o núcleo de conservação e reabilitação de animais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

A apreensão ocorreu após a polícia receber uma denúncia de maus-tratos. Emílio era mantido no quintal da residência de uma técnica de enfermagem na cidade de Montenegro. Segundo as autoridades, a alimentação fornecida ao animal não era adequada para a sua espécie, e a tutora não possuía licença para criar animais silvestres.

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Foto: Reprodução

O gambá Emílio, com 1 ano e 7 meses, havia conquistado notoriedade nas redes sociais, onde sua “rotina” era compartilhada desde que era filhote. Agora, a técnica de enfermagem está buscando obter a guarda do animal e iniciou uma petição para tentar a devolução de Emílio.

A Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998) brasileira prevê penalidades para aqueles que praticam maus-tratos a animais, incluindo detenção e multa. O objetivo dessa legislação é proteger a fauna e a flora, além de coibir práticas que possam prejudicar o meio ambiente.

Essa apreensão do gambá traz à memória o caso do influencer Agenor Tupinambá, conhecido por mostrar em suas redes sociais a rotina com sua capivara “Filó”. Agenor foi multado pelo Ibama em mais de R$ 17 mil e notificado a remover todas as publicações envolvendo animais de seus perfis digitais, após ser denunciado por suspeita de abuso, maus-tratos e exploração animal.

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Foto: Arquivo Pessoal/Schanacris

Manter animais silvestres sem autorização e praticar maus-tratos são crimes segundo a legislação brasileira. O Comando Ambiental, responsável pela apreensão de Emílio, prioriza a soltura dos animais em seu habitat natural, buscando a preservação das espécies. No entanto, a falta de estrutura para reabilitação de animais silvestres na cidade de Montenegro levou a técnica de enfermagem a cuidar do gambá em sua residência.

Após o resgate, Emílio foi enviado para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Porto Alegre, uma unidade do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). Segundo o chefe do Cetas, Paulo Wagner, o animal apresenta condições de saúde preocupantes devido aos maus-tratos sofridos, incluindo obesidade mórbida e problemas de locomoção.

A criação ilegal de animais silvestres traz consequências tanto para os animais quanto para os seres humanos. Além dos riscos de propagação de doenças e impactos na saúde dos animais, incentiva-se o tráfico de animais silvestres e pode levar espécies à extinção.

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Foto: Reprodução

A história de Emílio despertou debates sobre a importância de respeitar as leis ambientais e garantir o bem-estar dos animais selvagens. O uso de animais silvestres para ganhar engajamento nas redes sociais tem se popularizado, mas essa prática ilegal incentiva outras pessoas a manterem esses animais em casa, contribuindo para a exploração e o sofrimento animal.

Apesar de a técnica de enfermagem alegar ter cuidado do gambá com amor e dedicação, é essencial lembrar que animais silvestres devem ser mantidos em seu habitat natural ou em locais apropriados, como centros de reabilitação, que possuem estrutura e conhecimento adequados para garantir seu bem-estar.

A investigação em relação à técnica de enfermagem, Schanacris, inclui acusações de manter animal silvestre sem autorização e por maus-tratos, que serão confirmados posteriormente por um laudo. As autoridades alertam para os riscos dessa prática e destacam a importância de acionar os órgãos ambientais quando encontrar animais silvestres, para que sejam adequadamente resgatados e cuidados.

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